Experiência em Genebra e Lisboa vai aproximar educadores de pesquisas de ponta e fortalecer práticas inovadoras nas escolas da rede
por Elaine Casimiro e Jéssica Teles, comunicação Sesi-SP
O professor de Física da Escola Sesi de Osasco, Michel da Silva Fonseca — referência no programa de residência educacional da Faculdade Sesi de Educação — e a analista técnica educacional da área de currículo do Sesi-SP, Silvana Lima, foram selecionados para um programa de formação promovido pela Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN), em Genebra, na Suíça, o maior centro de pesquisa em física de partículas do mundo.
Foto: Jéssica Teles / Sesi-SP
A iniciativa também contempla atividades no Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), em Lisboa, Portugal. O programa será realizado de 28 a 30 de agosto no LIP e de 31 de agosto a 6 de setembro no CERN.
A seleção dos representantes da rede foi feita pelo projeto Escola de Física CERN 2025, com apoio do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), da Rede Nacional de Física de Altas Energias (RENAFAE) e do SPRACE (São Paulo Research and Analysis Center).
O convite chegou por meio da professora da Faculdade Sesi de Educação, Jéssica Miranda de Souza, coordenadora da iniciativa em parceria com o programa educacional do CERN.
“É muito importante que os professores das áreas de ciências da natureza estejam a par e envolvidos com a ciência que está acontecendo hoje, a ciência contemporânea. Os estudantes precisam ter contato e a sociedade precisa entender, porque ela impacta muito a vida de todos nós, da sociedade, os costumes, inclusive, a qualidade de vida das pessoas”, explica a professora Jéssica. “É fundamental que o professor de ciência esteja em contato com o que é de mais moderno que está sendo produzido de ciência no mundo. E o CERN é esse local, o maior equipamento científico já construído pela humanidade. Então, é importante que o professor brasileiro esteja lá”, complementa.
Entre as contribuições esperadas para a rede Sesi-SP estão a aproximação com pesquisas de fronteira, o fortalecimento de projetos interdisciplinares em Física, Matemática e Tecnologia, o estímulo à participação em programas como as Masterclasses Internacionais e o investimento em formação continuada com experiências internacionais.
Para Silvana Lima, vivenciar de perto a rotina de um centro de excelência mundial significa trazer a ciência mais atual para perto dos estudantes. “Ter contato direto com centros de pesquisa de ponta, como o CERN, coloca o professor em diálogo com o que há de mais avançado na ciência mundial. Isso amplia sua compreensão sobre a produção científica, permite conhecer metodologias inovadoras e possibilita trazer para a sala de aula exemplos reais e atualizados. Ao vivenciar de perto o ambiente de pesquisa e a colaboração internacional, o educador se torna capaz de despertar nos estudantes a curiosidade apaixonada pela ciência, conectando o aprendizado escolar a descobertas que impulsionam o avanço social”, afirmou.
Foto: Jéssica Teles / Sesi-SP
Na visão da supervisora técnica educacional da área de currículo do Sesi-SP, Lilian Engracia, a experiência vai impactar diretamente as práticas pedagógicas:
“Com esta vivência, será possível expandir a utilização da abordagem do Ensino por Investigação e fortalecer a integração entre os diferentes componentes curriculares já abordados no Material Didático do Sesi-SP. A participação no programa permitirá vivenciar novas atividades práticas inspiradas nas visitas e palestras realizadas no CERN, além de desenvolver recursos, analogias e estratégias visuais adicionais para tornar os conceitos de física de partículas ainda mais acessíveis e conectados a temas atuais do currículo.”
Lilian destaca ainda que a presença do Sesi-SP no programa reforça a valorização da formação docente e projeta a rede em um cenário internacional. “A participação de representantes do Sesi-SP na Escola de Professores no CERN projeta a rede em um cenário internacional, reforçando a valorização da formação continuada e a conexão com centros de excelência científica. Isso significa trazer para as escolas brasileiras conhecimentos alinhados às fronteiras do saber, fortalecendo a qualidade do ensino de Ciências e Física, e multiplicando o impacto por meio da formação de outros docentes e da inspiração aos estudantes”, afirmou.
Antes da viagem, nesta quarta-feira (20/08), Michel da Silva Fonseca promoveu um bate-papo com os alunos do 3º ano do Ensino Médio da Escola Sesi de Osasco. O encontro apresentou os bastidores do processo de seleção, explicou o que representa a oportunidade de atuar em um dos maiores laboratórios de física do mundo e mostrou como essa vivência pode gerar benefícios para a escola e para os estudantes.
O professor compartilhou o impacto pessoal e profissional da experiência. “É uma oportunidade de crescimento profissional, que amplia minha visão em física moderna. Para os alunos, significa acesso a conteúdos atuais de forma prática e inovadora. Para o Sesi, fortalece a qualidade do ensino e a inovação na rede”, explicou.
Foto: Jéssica Teles / Sesi-SP
Entusiasmado, ele destacou também as expectativas para a imersão científica em Genebra: “Espero aprender com os maiores cientistas do mundo, entender como funcionam os experimentos e trazer essa vivência para inspirar alunos e colegas.”
O compromisso em tornar temas complexos mais acessíveis aos jovens é uma das motivações de Michel. “Vou transformar conceitos de física moderna em atividades simples, comparações do dia a dia e experimentos didáticos que despertem curiosidade”, destacou.
Ao final da conversa, deixou uma mensagem de incentivo aos estudantes que sonham em seguir carreira científica: “Nunca deixem de ser curiosos. Perguntem, explorem e persistam, porque a ciência precisa de mentes criativas e dedicadas”.
Foto: Jéssica Teles / Sesi-SP