O Atletismo feminino vem ganhando cada vez mais força, tanto na base quanto no alto rendimento.
Por: João Pedro Dechechi - Comunicação Regional
30/05/202513:38- atualizado às 10:41 em 04/06/2025
Da esquerda para a direita, na foto: Larissa Brito Cândido, Ana Cecília Corrêa, Maria Rosana Soares e Giovana Rosália
(crédito:Divulgação)
A presença feminina no Atletismo, especialmente nas provas de velocidade, ainda é recente quando comparada à longa trajetória da modalidade. No Brasil, as mulheres só começaram a competir oficialmente na década de 1940 e, até hoje, muitas enfrentam desigualdades estruturais. Ainda assim, seguem rompendo barreiras e conquistando espaço nas pistas e fora delas.
No Sesi Santo André, o Atletismo feminino vem ganhando cada vez mais força, tanto na base quanto no alto rendimento. A estrutura oferecida pelo SESI-SP, aliada ao trabalho técnico e ao comprometimento das atletas, tem gerado bons resultados e histórias inspiradoras.
Para a treinadora Maria Rosana Soares, do SESI-SP, é muito gratificante acompanhar essa evolução nos últimos anos, especialmente em Santo André. “Quando comecei, éramos poucas. Hoje, temos uma equipe estruturada, com atletas da base e adultas treinando juntas, trocando experiências e crescendo como grupo. Nosso trabalho vai além da técnica: cuidamos de cada fase da vida das atletas, respeitando também suas especificidades como mulheres”, comenta.
Com mais de 25 anos de experiência no Atletismo, Maria Rosana conhece bem os desafios e conquistas da modalidade, tanto como ex-atleta quanto como treinadora. Ela destaca a importância de oferecer atenção especial ao público feminino: “As meninas enfrentam desafios específicos, como as variações hormonais e emocionais. É preciso acolher, ouvir e adaptar quando necessário. A cobrança existe, mas o cuidado também precisa existir”.
NOSSAS ATLETAS
O Sesi Santo André conta atualmente com 215 atletas da modalidade (feminino e masculino) no Programa Sesi Esporte, distribuídos entre as fases de Participação, Aperfeiçoamento e Desempenho (alto rendimento). Nesta última categoria, destacamos três atletas da equipe feminina que mostram que, por trás da velocidade, da técnica e das medalhas, existem histórias de força, resiliência e paixão pelo esporte.
LARISSA BRITO CÂNDIDO
Aos 22 anos, Larissa é especialista nos 100 metros com barreiras. A paixão pelo esporte surgiu cedo, mas foi em 2017, ao ingressar no SESI-SP, que ela decidiu se dedicar integralmente ao Atletismo. Desde então, participou de diversas competições e conquistou medalhas em Campeonatos Brasileiros, além do título de Campeã Paulista. Um dos momentos mais marcantes de sua carreira ocorreu no Brasileiro Sub-23 de 2022. Na final dos 100 metros com barreiras, mesmo classificada para o Mundial, Larissa sofreu uma lesão e precisou deixar a pista em uma maca. A recuperação foi longa, mas o retorno veio com conquistas importantes naquele mesmo ano: ouro no revezamento 4x100m e bronze na sua prova principal. “Foi mais do que vencer uma prova. Foi vencer a mim mesma”, conta.
ANA CECÍLIA CORRÊA DE OLIVEIRA
A velocista de 21 anos compete nos 100 e 200 metros rasos. Sua trajetória começou aos oito anos, em uma competição escolar. “No Atletismo, o resultado depende só de mim. Se eu não treinar bem, não tenho o que colher. Isso me motiva”, afirma. Com passagens por campeonatos mundiais e Sul-Americanos de base, Ana Cecília teve um momento decisivo no Brasileiro de 2025, quando voltou ao pódio após dois anos marcados por lesões, gripes e cirurgias. “Foi uma virada de chave. Me senti viva de novo”, relata. Ela treina cinco vezes por semana, com foco em saídas, velocidade máxima, resistência e musculação. Para ela, os treinos mais específicos são também os mais desafiadores e recompensadores, por simularem o ambiente competitivo.
GIOVANA ROSÁLIA CARDOSO DOS SANTOS
A mais experiente entre as três, Giovana tem 24 anos e compete nos 400 metros rasos. Inquieta e determinada desde pequena, iniciou no esporte em 2009, incentivada por uma professora que reconheceu nela um talento nato. “Fui para uma competição escolar, fiz a melhor marca da região e ganhei o primeiro lugar. Desde então, não parei”, conta. Seu currículo é de peso: ouro e bronze no Mundial Sub-18 no Quênia, em 2017, e prata nos Jogos Mundiais Universitários de Verão, na China, em 2023, além de conquistas nacionais e sul-americanas. Tudo isso após enfrentar duas cirurgias no joelho direito. “No Mundial Sub-18, fazia exatamente um ano da minha primeira cirurgia. Voltar e medalhar ali foi a prova de que eu podia”, relembra.
SOBRE O PROGRAMA SESI ESPORTE
O Sesi Esporte é um programa gratuito, criado para democratizar o acesso ao esporte, fortalecer a inclusão social, promover a igualdade de gênero e formar atletas desde a base até o pódio. Ele contribui para um Brasil mais ativo, saudável e competitivo no cenário esportivo. Todas as ações são guiadas por três pilares que orientam a atuação da indústria paulista no esporte: oportunizar, inspirar e transformar, garantindo que a prática esportiva seja acessível, inclusiva e de impacto social positivo.