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Aluno com deficiência visual participa da Escola de Robótica do Sesi-SP em parceria com o município de Mirandópolis

Aos 11 anos, Jonathan Cavalcante, pessoa cega desde bebê, mostra que vontade de aprender e ganhar autonomia não têm limites

Aos 11 anos, Jonathan Cavalcante, pessoa cega desde bebê, mostra que vontade de aprender e ganhar autonomia não têm limites

 Por: Paulo Ribeiro, comunicação Sesi-SP
25/08/202514:44- atualizado às 15:02 em 25/08/2025

Quando Jonathan Kauã Almeida Cavalcante, de 11 anos, entra na sala para participar das aulas da Escola de Robótica que o Sesi-SP oferece em parceria com o município de Mirandópolis (SP), não são as limitações da cegueira que se destacam, mas sim a sua curiosidade e vontade de aprender. Ele, que estuda na Escola Municipal Hélio de Faria, concluiu o módulo básico do curso de Robótica no segundo semestre de 2023 e agora retorna em 2025 para cursar o módulo II.

 


Imagem divulgação

 

A história de Jonathan inspira porque ele faz da superação uma rotina diária. Além dos estudos, é um garoto que não abre mão de viver como qualquer outro, é independente em suas tarefas diárias e transmite entusiasmo por cada nova conquista. “Nós sempre o estimulamos a fazer as atividades que toda criança faz. Ele anda de bicicleta, vai brincar no parquinho, com os amigos, joga futebol, faz de tudo. Quando chega em um lugar diferente ele já vai explorar, tocando os moveis e paredes para conhecer onde ele está chegando”, conta Danieli dos Santos Almeida, mãe do garoto. 

Danieli conta que, ao completar 36 semanas de gestação, sua bolsa estourou. Ela ficou 13 dias internada até que Jonathan nascesse. Passados alguns meses, percebeu que sua sobrinha com quase a mesma idade do filho interagia mais e buscava contato visual, o que não ocorria com Jonathan. “Então fomos investigar, passamos por diversos médicos em diferentes cidades, até que tivemos o diagnóstico da cegueira. Recebemos a informação do médico de que era uma condição irreversível”, revela. “Mas em nenhum momento nossa família o impede de vivenciar nada, pelo contrário, passamos toda segurança para que ele tenha suas experiências. Se necessário, nós o auxiliamos”, explica a mãe.

 


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A diretora da escola municipal, Alessandra Momesso, diz que Jonathan é um aluno muito ativo. “Na escola regular ele conta com uma professora que apoia e acompanha sua rotina. Tem um computador com teclado em braile para auxiliar nas atividades e participa ativamente e oralmente de todo processo em sala”, conta. Em uma dessas aulas, Jonathan soube que a Escola de Robótica do Sesi-SP chegaria até a sua unidade escolar por meio de uma parceria com o município e logo se interessou. “A família fez a matrícula dele. E não foi diferente: ele segue sendo sempre muito participativo e não desiste dos desafios, sempre executando o que é pedido com muito empenho”, comenta a diretora da escola. 

Eu fico muito feliz nos dias que a gente tem aula de Robótica, porque gosto bastante de Lego, sempre que a professora dá as peças pra gente eu fico animado pra montar alguma coisa nova”, afirma Jonathan. “Eu vou pegando as peças na mão para sentir qual é, se é um eixo, uma roda ou uma placa. Aí eu vou encaixando para fazer os meus projetos”. 

A Orientadora de Educação Digital do Sesi-SP, Marissol Veras, é a responsável pelas aulas e acompanha de perto essa caminhada, reconhecendo o impacto que Jonathan tem na turma. “Ele é um exemplo para todos de que limitações podem ser superadas a todo tempo. Ele não foca nas dificuldades que a falta da visão traz, mas se apega no que ele mais tem: uma imensa capacidade e vontade de aprender”, diz Marissol. “Eu até me emociono, é uma honra ser professora do Jonathan. Eu aprendo muito mais do que ensino”.

 


Imagem divulgação

 

Para o gerente regional do Sesi-SP em Araçatuba, Ataliba Mendonça Junior, histórias como essa reforçam a importância do trabalho que o Sesi-SP desenvolve, ampliando o acesso à educação tecnológica e preparando crianças e jovens para os desafios do futuro. “A inclusão é um princípio presente em todas as ações do Sesi-SP, seja na educação, esporte ou cultura. Da mesma forma que tem acontecido com o Jonathan, as parcerias do Sesi-SP com os municípios paulistas abrem novos horizontes para as crianças e adolescentes por meio da tecnologia”, conclui Ataliba. 

 

Sobre a Escola de Robótica

O Sesi-SP está comprometido em ampliar o acesso à educação tecnológica e preparar jovens para os desafios do futuro. Para isso, disponibiliza gratuitamente o curso de Programação e Robótica, voltado exclusivamente a crianças e adolescentes de baixa renda que estudam em escolas públicas ou são atendidos por ONGs. As turmas são organizadas em duas faixas etárias: de 8 a 11 anos e de 12 a 15 anos. 

A proposta do curso é desenvolver habilidades essenciais, como raciocínio lógico, pensamento computacional, criatividade, cultura maker e trabalho em equipe. Para alcançar esse objetivo, são oferecidos dois módulos com atividades práticas e material didático de qualidade, que utilizam ferramentas como o Microsoft MakeCode, a placa Micro:bit e o sistema Eletroblocks.

O Módulo 1 apresenta conteúdos introdutórios de programação, automação e princípios da robótica, em 15 encontros presenciais de 90 minutos cada. Já o Módulo 2, destinado apenas a quem conclui o primeiro, aprofunda o aprendizado com foco em eletrônica e robótica aplicadas à resolução de problemas reais, somando 40 horas de atividades entre aulas presenciais e práticas complementares. 

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