Segundo Anatol Rosenfeld, “não existe gênero puro na arte teatral”. As peças mais voltadas ao gênero dramático não deixam de lado os elementos épicos e líricos; do mesmo modo, uma produção épica nunca abre mão de sua parte dramática. Neste sentido, podemos entender o “épico” como uma qualidade, que ora aparece em menor ou maior grau. É a partir desta premissa que a oficina “A Narratividade e a Cena” será construída. Deixando de lado ideias cristalizadas de gênero puro, seu intuito primordial é o de entender o elemento “épico” como uma qualidade que pode potencializar a estética cênica, dependendo do discurso artístico que pretende ser empreendido. Para aprofundar a discussão, a dramaturgia de Bertolt Brecht, famoso encenador alemão conhecido pelo engenhoso trabalho dentro do gênero em questão, entra como base para compreensão de seus mecanismos e recursos. As outras linguagens artísticas também são bem-vindas no debate: nas artes plásticas, os quadros de Pieter Brueghel são exímios elementos de representações épicas; e na música, a composição “Pedro e o Lobo”, do russo Serguei Prokofiev. Composta por exercícios e treinamentos práticos aplicados para sedimentar o aprendizado teórico e potencializar a instrumentalização técnica, a Oficina é reflexo do segundo ano de parceria entre o Núcleo de Artes Cênicas do SESI Santos e o Festival Santista de Teatro (FESTA), duas entidades que acreditam que a democratização da cultura e a formação artística de qualidade são propósitos fundamentais para o exercício da cidadania e para a construção de uma sociedade mais igualitária.
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