O que está buscando?
MEU SESI - Entrar

Atleta do SESI-SP é corredora paralímpica mais bem colocada na Meia Maratona Internacional do Rio

Adriely Garrido mudou de prova e mira as Paralimpíadas de Los Angeles, em 2028

Adriely Garrido mudou de prova e mira as Paralimpíadas de Los Angeles, em 2028

 Por: Elizângela Melo Vilas Boas - Comunicação Regional
20/08/202510:36- atualizado às 11:53 em 20/08/2025

A atleta do SESI-SP, Adriely Garrido, alcançou a melhor colocação entre as competidoras paralímpicas na Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro, realizada no domingo, 17 de agosto. Ao lado de seu guia, José Henrique Campos Mattos, completou a prova em 1h30min58s, reduzindo em seis minutos o tempo obtido na última participação na categoria, em abril. 
 
Vencedora da categoria entre as mulheres que disputaram a Meia Maratona Internacional do Rio de
Janeiro, Adriely comemora a parceria de sucesso com o guia José Henrique (crédito: Arquivo Pessoal)
 
A 27ª Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro aconteceu, paralelamente, ao Campeonato Sul-Americano de Corridas de Rua. A competição é qualificatória para o Campeonato Mundial de Atletismo de Tóquio, no Japão, que vai acontecer em setembro. O evento trouxe corredores de 25 países, entre eles atletas paralímpicos, competindo em diversas categorias, como cadeirantes e deficientes visuais, como é o caso de Adriely, atleta com baixa visão.  
 

Mudança de Rumo

Em processo de adaptação das provas de 1.500 metros para os 21 quilômetros da Meia Maratona, Adriely mira uma classificação para os Jogos Paralímpicos de Los Angeles, em 2028. A mudança nas características da disputa, estratégias e condicionamento físico já vêm sendo trabalhada desde o início do ano. 
 
Rotina intensa de treinos no Sesi de Santo André (crédito: Karim Montagnani)
 
O técnico Daniel Biscola explica que a competição na capital carioca foi a terceira prova da atleta em 2025, já nessa nova fase da carreira. Para ele, correr uma maratona não é fácil, mas Adriely tem muito potencial para ser vencedora na categoria. “Nessa prova do Rio ela só perdeu para uma pessoa, um homem, com deficiência de membros superior, sendo a vencedora entre as mulheres, com sua melhor marca”, destaca.  
 
Para Adriely, sua adaptação vem evoluindo bem, tanto na questão mental quanto no aumento de volume dos treinos. “Corri a prova de 1.500 para agora subir para a meia-maratona e já pensando futuramente na maratona. É uma prova diferente em que temos que controlar o ritmo e fazer suplementação durante o trajeto, mas eu me considero uma atleta mais de resistência do que de velocidade, por isso essa decisão de partir para um novo caminho na minha carreira”, diz ela.   
 
Daniel fala da bagagem de treinos da atleta e de como ela já tem condições físicas suficientes para suportar uma maratona. Na foto, ele aparece à esquerda e José Henrique à direita de Adriely (Crédito: Elizângela Melo Vilas Boas)
 

História

Natural de Cândido Mota, no interior de São Paulo, Adriely Garrido iniciou sua trajetória esportiva aos 13 anos, nos Jogos Escolares e Jogos Paralímpicos Escolares, representando a escola estadual de sua cidade natal. O encontro com o técnico Daniel, durante o Campeonato Brasileiro Escolar de 2016, foi um divisor de águas: a partir dali ela foi convidada a realizar um teste no SESI e, em janeiro de 2017, passou a integrar oficialmente a equipe. 
Desde então, acumula conquistas importantes. Em 2023, sagrou-se campeã brasileira dos 1500 metros, sua primeira medalha de ouro em um campeonato nacional, além de encerrar a temporada como vice-líder do ranking brasileiro na prova. 
 
Adriely tem ao seu lado o guia José Henrique, auxiliar da equipe, cuja experiência em provas de meio fundo e maratona tem sido fundamental para sua evolução. A parceria entre os dois representa não apenas uma adaptação técnica, mas também um processo de crescimento conjunto nas provas de resistência. “A cada prova a gente sente mais confiança e participar de uma competição internacional, como essa do Rio, contribuí ainda mais para isso”, acrescenta José.  
 
Além do esporte, Adriely construiu sua formação acadêmica como fisioterapeuta, profissão que exerceu em paralelo aos treinos. Em 2024, optou por se dedicar exclusivamente ao Atletismo, decisão que ampliou seu tempo de preparação e fortaleceu ainda mais seu desenvolvimento dentro da entidade.
 
 

Atletismo Paralímpico no SESI-SP

Em 2011, o SESI-SP criou sua primeira equipe de Atletismo Paralímpico na unidade de   Santo André. O time contava com sete atletas, entre eles, um funcionário da entidade na época, Marco Aurélio Lima Borges, que já havia conquistado medalhas no arremesso de disco no Parapan do Rio em 2007 e participado da Paralimpíada de Pequim, em 2008. Em 2013, ampliou-se a modalidade com o atletismo para cadeirantes.
 
A integração de atletas olímpicos e paralímpicos utilizando o mesmo espaço para treinamento viabilizou, além da promoção de valores como a inclusão e a superação, princípios da Pedagogia do Exemplo, principalmente pelos atletas paralímpicos, que já possuem grande experiência no esporte em competições regionais, nacionais e internacionais.
 

Leia também