Com projetos de robótica, tecnologia e inteligência artificial, estudantes do ensino médio brilharam em três modalidades da competição internacional realizada em Salvador
Por: Elaine Casimiro, comunicação Sesi-SP
21/07/202508:33- atualizado às 16:15 em 21/07/2025
Cinco equipes do Sesi-SP representaram o Brasil no maior campeonato mundial de robótica e inteligência artificial, a RoboCup 2025, realizado entre os dias 15 e 20 de julho, no Centro de Convenções de Salvador, na Bahia. A competição reuniu mais de 1.500 estudantes de 40 países, em seis modalidades da categoria júnior voltada ao ensino médio.
O Sesi-SP estreou em novas categorias, conquistou cinco prêmios internacionais e vivenciou uma troca intensa de conhecimento com estudantes e especialistas do mundo todo.
Na modalidade Soccer Lightweight, que simula partidas de futebol entre robôs autônomos, a equipe Biotech, da Escola Sesi de Barra Bonita, foi vice-campeã do Superteam, competição especial que une times de diferentes países. A aliança do Sesi-SP com equipes da China, Coreia e Japão chegou à final em uma disputa acirrada contra o grupo formado por Holanda, Austrália e Japão.
Equipe Biotech da Escola Sesi de Barra Bonita
“Nossos estudantes aproveitaram o máximo a experiência desse mundial. O futebol de robô é estratégia, lógica, trabalho em equipe e cooperação que eles vão levar para a vida”, afirmou Ana Maria Pagini, da equipe Biotech.
Para a aluna Hyvinin do Prado, 17 anos, do 2º ano do ensino médio, participar da modalidade trouxe aprendizados que vão além da competição: “No Soccer a gente utiliza muitos conceitos mecânicos, de elétrica e também a programação, que é algo mais complicado e que a gente não está acostumada a utilizar no nosso dia a dia. Toda conversa com as equipes e especialistas, seja para tirar dúvida ou aprender algo novo, é muito importante e a gente vai levar para o resto da vida. E quem sabe, a partir da robótica, a gente também decide qual vai ser a nossa profissão”, contou.
Na modalidade OnStage, em que os alunos criam apresentações artísticas com robôs programados, o Sesi-SP conquistou quatro premiações. A equipe Pardoboots, do Sesi de Santa Cruz do Rio Pardo, recebeu o prêmio especial Andorinha de Ouro, concedido às equipes que mais inspiram e emocionam os jurados, além do 3º lugar na apresentação de pôster.
“O prêmio Andorinha de Ouro representa para os juízes as equipes que aquecem o coração deles e demonstram a união e a inspiração que somos para os outros. Eu acredito que ele reflete exatamente o que a nossa equipe tem como principal pilar, que é a união. Somos uma família, e esse prêmio não poderia representar melhor todo o nosso trabalho, esforço e dedicação de cada um”, celebrou o técnico Vinícius Beltrame.
Equipe Pardoboots da Escola Sesi de Santa Cruz do Rio Pardo
A estudante Ana Luiza Luvisoto, 17 anos, do 3º ano, reforçou a importância da robótica em sua trajetória. “A robótica, para mim, é tudo. Faz parte da minha vida desde os 12 anos. Foram quatro anos na FLL e agora a RoboCup. A robótica é a minha motivação, me ensinou muita coisa e mudou a minha vida”, destacou a integrante da equipe Pardoboots.
A equipe Hortobots, da Escola Sesi de Hortolândia, também se destacou com uma performance teatral sobre o duelo entre humanos e inteligência artificial, vencendo os prêmios de 1º lugar em Performance e 2º lugar na apresentação de pôster.
“Usamos materiais que tínhamos na escola. Nosso robô é todo em madeira, cenário de papelão. Trouxemos sustentabilidade e economia, reutilizando materiais”, explicou o aluno Tiago Gregório, 16 anos.
Equipe Hortobots da Escola Sesi de Hortolândia
Na modalidade Rescue Maze, o Sesi-SP participou pela segunda vez. O desafio consiste em desenvolver robôs capazes de navegar por um labirinto desconhecido e localizar vítimas simuladas. A equipe Apex, de Araras, ficou entre as seis melhores do Desafio Extra, e a equipe Fran Robots, de Franca, figurou no Top 10 do ranking geral, que avalia rounds, desafios técnicos e documentação.
“Criamos tudo do zero, com software de modelagem 3D, programação e placas eletrônicas. O robô precisa ser autônomo e navegar no labirinto sem dificuldades”, explicou Fernanda de Lima Gonçalves, 16 anos, da Fran Robots.
Equipe Fran Robots da Escola Sesi de Franca
Fernanda também venceu o concurso mundial que celebrou os 25 anos da RoboCup Junior, tendo seu design escolhido para representar a data comemorativa.
Para Letícia Rampim, 16 anos, da equipe Apex e campeã da FLL na temporada 2023/2024, a robótica está diretamente ligada ao futuro: “Quero seguir na carreira de engenharia, e esse contato com robôs, programação, mecânica e design é essencial para entender o que quero fazer no futuro.”
“Acredito que todos esses conhecimentos vão ser muito úteis no mercado de trabalho. Como programador do time, usei redes neurais, visão computacional e reconhecumento de imagem, conceitos muito aplicáveis profissionalmente”, afirmou João Otávio, 17 anos, também da Fran Robots.
O técnico da Fran Robots, Breno Malta, reforça a relevância do desafio para despertar vocações: “Essa competição abre um leque de possibilidades. A gente parte do princípio de que o robô é cego e precisa se locomover. Isso nos leva a pensar sobre cenários, mapeamento e tomada de decisões, algo muito conectado ao mundo real e ao mercado.”
Equipe Apex da Escola Sesi de Araras
O Sesi-SP marca presença na RoboCup pelo segundo ano consecutivo. Em 2024, participou da modalidade Rescue Maze. Neste ano, estreou no Soccer e OnStage com equipes experientes, com histórico de premiações na FIRST LEGO League (FLL), competição na qual a rede é tricampeã mundial.
“A conquista de prêmios internacionais em competições como a FIRST, Steam Race, RoboCup das Américas e agora na RoboCup Internacional reforça o nome da instituição no mundo da robótica. A presença do Sesi-SP nesse mundial consolida nossa referência em educação, tecnologia e robótica”, destacou Daniele Ortiz, coordenadora técnica educacional.
“O Sesi-SP e o Brasil entram na vanguarda das maiores equipes do mundo, provando que, na robótica, não se aprende só a montar e programar. Aprende-se a lidar com desafios globais e a trocar conhecimento com estudantes de todo o mundo. Competições como essa reforçam nosso compromisso com a inovação”, declarou Caio de Godoy Camargo, supervisor técnico educacional.
As etapas regionais da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) e a RoboCup Junior 2025/2026 já começaram nas escolas da rede Sesi-SP, com times se preparando para as próximas fases das modalidades Rescue Maze, Rescue Line, Soccer e OnStage. O próximo mundial já tem data e local: será em 2026, na Coreia do Sul.
“Aqui em Salvador é uma festa que finaliza o ciclo iniciado lá em junho de 2024. Agora já estão acontecendo as etapas regionais e nossas equipes já estão engajadas para o próximo ciclo. Quem será que vem por aí? Será que é sua escola?”, concluiu Caio, em mensagem às futuras equipes.
Delegação Sesi-SP
